Com a chegada dos dias mais quentes da Primavera, a tendência natural é que as pessoas comecem a usar roupas mais frescas, deixando a pele mais exposta. O que não é problema para a maioria, pode significar uma preocupação para aqueles que tem uma doença não muito comum, mas extremamente estigmatizada na sociedade: o vitiligo.
O vitiligo é uma doença de pele na qual o paciente perde a coloração nas áreas afetadas. No Brasil, de acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), cerca de 0,5% da população sofre com o vitiligo. Apesar de parecer pouco, o número representa aproximadamente 1 milhão de brasileiros, conforme estimativas feitas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A doença não é grave e nem causa grandes prejuízos à saúde, mas ainda é alvo de muitos preconceitos devido às alterações estéticas na pele do portador. É preciso ressaltar que o vitiligo não é contagioso, ou seja, não passa de uma pessoa para outra.
Por falta de informação verdadeira disseminada na sociedade, aqueles que possuem vitiligo muitas vezes sofrem preconceitos por conta das manchas brancas nos braços, pernas e rosto, ou qualquer superfície do corpo. Por isso, aliado ao tratamento dermatológico, é interessante fazer um acompanhamento psicológico.
O que é vitiligo?
As manchas brancas na pele acontecem por causa da ausência ou diminuição no número de melanócitos no corpo, células responsáveis pela formação da melanina, um pigmento que dá cor à pele. Cerca de 30% dos pacientes com vitiligo têm histórico familiar e há sinais de relação de traumas emocionais e fenômenos autoimunes como fatores que desencadeiam ou agravam a doença, mas ainda não existe uma causa claramente estabelecida.
O diagnóstico do vitiligo é feito por um médico dermatologista, através de avaliações clínicas, biópsia cutânea ou o exame com lâmpada de Wood. A classificação da doença é separada em dois tipos: segmentar ou unilateral, quando as manchas aparecem em apenas uma parte do corpo; ou não segmentar ou bilateral, quando se manifesta dos dois lados do corpo (duas mãos, dois pés, dois joelhos), com ciclos de duração, períodos de estagnação e maior desenvolvimento.
Tratamento
O vitiligo não tem cura, mas já possui tratamentos avançados que podem fazer com que as manchas parem de aumentar e ainda trabalhar a repigmentação da pele. Entre as técnicas, estão a introdução de medicamentos derivados de vitamina D e corticosteroides, fototerapia com radiação ultravioleta B e A, laser, cirurgias e transplante de melanócitos.
O tratamento adequado precisa ser indicado por um médico dermatologista e é individualizado, ou seja, feito especialmente de acordo com o quadro de saúde de cada paciente. Para evitar o aparecimento de novas lesões, o portador de vitiligo deve tomar medidas para controlar o estresse e não usar roupas apertadas ou que provoquem atrito ou pressão sobre a pele.