Uma das doenças mais antigas da humanidade, a hanseníase, ou lepra (como era conhecida anteriormente), é cercada de muito preconceito. Até hoje, com tratamento garantido pelo Sistema Único de Saúde (SUS), que proporciona qualidade de vida aos pacientes e pode barrar o contágio, ainda existe estigma sobre a infecção.

É uma bagagem histórica difícil de ressignificar. Quem nunca ouviu o termo “leproso” usado como xingamento e com conotação negativa, não é?! Mas essa mudança de cultura e cenário pode começar com cada um de nós. Com informação verdadeira e técnica, podemos, juntos, combater esse julgamento que tanto prejudica a busca por um diagnóstico precoce e bem-estar.

Veja os principais mitos e verdades sobre a hanseníase e faça parte da campanha Janeiro Roxo:

– A doença é comum no Brasil?

Sim. De acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), são detectados, todos os anos, 30 mil novos casos de hanseníase no Brasil. O país é o segundo com mais incidência da doença no mundo. Por isso é tão importante falar sobre o assunto de forma clara e incentivar o diagnóstico precoce.

– A hanseníase é contagiosa?

Existe a forma contagiosa e a não contagiosa da hanseníase, ambas causadas por uma bactéria. A transmissão acontece, em geral, pelo ar, principalmente em situações de contato próximo. É preciso lembrar, no entanto, que após o início do tratamento, logo na primeira dose, o paciente deixa de transmitir a doença. Assim, não é necessário separar talheres e fazer o isolamento do infectado quando este está fazendo acompanhamento médico.

– A doença deixa sequelas?

É possível. A bactéria que causa a hanseníase atinge a pele e os nervos periféricos do corpo. Na pele, a doença se manifesta através de manchas brancas, amarronzadas ou vermelhas. Além disso, os pacientes podem apresentar caroços ou áreas vermelhas elevadas pelo corpo, com diminuição da sensibilidade ao calor, frio, tato e dor. Outros sintomas da doença são: dormência ou formigamento nas lesões; queda dos pelos das sobrancelhas; sensação de nariz entupido; e diminuição da sensibilidade e/ou perda da força muscular dos pés e mãos, pelo acometimento dos nervos periféricos. Se diagnosticada tardiamente, é possível, sim, que a doença deixe sequelas.

– A hanseníase tem cura?

Sim. O tratamento é feito com o uso de antibióticos, mas é preciso seguir as orientações médicas à risca para evitar sequelas e o desenvolvimento de mais sintomas. O diagnóstico é feito clinicamente, por um profissional capacitado.